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“Ampliar a participação da indústria no PIB do DF é vital para o futuro da nossa economia”

O Capital do Entorno conversou com o presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Jorge Bittar. Em outubro, ele começará a cumprir seu segundo mandato à frente da entidade, que seguirá até 2022. Nesta entrevista, o presidente da Fibra fala da necessidade de se aumentar a participação do setor privado na economia e da importância da inovação no ambiente empresarial.

 

A Fibra lançou neste ano a 16ª Agenda Legislativa da Indústria do DF. Quais são os principais projetos de interesse do setor em tramitação na Câmara Legislativa?

Destaco o Zoneamento Ecológico-Econômico. O ZEE será um instrumento para que o Distrito Federal se desenvolva de forma responsável, com uma indústria limpa, compatibilizando os interesses econômicos e ambientais e levando em conta peculiaridades e vocações das nossas regiões administrativas. Também temos o projeto da Lei de Uso e Ocupação do Solo, a Luos. A aprovação da Luos porá fim a uma grande quantidade de normas e de interpretações diferentes.

 

O que a indústria brasiliense espera para o segundo semestre de 2018?

A boa notícia é que encerramos o primeiro semestre com utilização de 62% da nossa capacidade instalada. A má notícia é que o empresário iniciou a segunda metade do ano cauteloso quanto à situação econômica e ao futuro do próprio negócio. Então a intenção de investimento diminuiu. O período eleitoral agrava isso: é natural que, diante da incerteza, se segurem os investimentos. Neste segundo semestre, acredito que a indústria brasiliense seguirá seu curso de recuperação, iniciado no ano passado, mas só poderemos falar em crescimento em 2019.

 

A indústria representa 5,4% do PIB do Distrito Federal. Como aumentar essa fatia?

Ampliar essa participação é vital para o futuro da nossa economia, pois hoje 45% do PIB do DF vem da administração pública. Precisamos de ações conjugadas e de uma visão sistêmica, levando em conta a Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno. Só a indústria tem força para puxar esse processo de expansão do setor privado, porque tem maior capacidade de geração de riquezas e de empregos.

 

Quais as vocações de Brasília nesse sentido?
Nosso capital humano é muito qualificado e tem escolaridade acima da média nacional. Creio que o recém-inaugurado parque tecnológico será um vetor de desenvolvimento com potencial para mudar o eixo econômico de Brasília no futuro. É um projeto que não só leva em conta a vocação do DF para a tecnologia da informação e comunicação como enxerga na biodiversidade do Cerrado uma oportunidade para a biotecnologia. Com as soluções que nascerão lá, o Biotic poderá beneficiar os mais diversos segmentos econômicos.

 

O que é preciso para melhorar o ambiente de negócios?

Mais segurança jurídica e menos burocracia são fundamentais para melhorar o ambiente de negócios e a competitividade. No DF, tivemos avanços nesse sentido, destravando normas referentes à construção civil e simplificando o registro de empresas. Nacionalmente, a Lei Complementar n° 160/2017, que trata dos incentivos concedidos a investidores, significará mais segurança jurídica. Para termos um melhor ambiente de negócios, é preciso ainda mão de obra preparada para os rumos da indústria 4.0, que exigirá novas profissões e novos processos produtivos.

 

Com tantos encargos e obrigações, o empresário tem condições de investir em inovação?

Não é uma opção, é questão de sobrevivência. A inovação é fundamental para que a defasagem da indústria brasileira não se amplie nos próximos anos. É por isso que a FAP-DF tem lançado editais que estimulam a pesquisa e a inovação nas empresas. São oportunidades para que se revejam os processos, a gestão, os produtos e até mesmo os métodos utilizados. As empresas também podem contar com o apoio da Fibra e das outras entidades do Sistema Indústria, cada uma na sua área de atuação: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL).