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Após ameaça, escola da Asa Norte volta às aulas

O dia seguinte no Colégio Gisno, na Asa Norte, às ameaças de um suposto ataque a alunos e professores foi de aulas normais. Após o período letivo da manhã, estudantes relataram que não estavam preocupados. A escola não contou com apoio policial, como ocorreu ontem (18).

Gustavo, de 16 anos, estudante do ensino médio, disse que estava tranquilo. “Quando  alguém quer fazer algo, não avisa. Por isso, não fiquei com medo”, afirmou. Mas houve quem ficou mais apreensivo. Arthur, também do ensino médio, de 17 anos, ficou sabendo da notícia de madrugada. “Minha namorada ficou com medo, acabou não tendo aula ontem e não viemos. Vim preparado hoje para fugir, se fosse o caso”, sorriu. Robert, de 18 anos, ficou preocupado. Ele nem informou a mãe sobre o que havia ocorrido.

O diretor da escola, Isley Marth, lamentou a divulgação das ameaças.“Um grupo de cinco alunos estava marcando uma ‘brincadeira’ aqui na escola, que quem mata mais ganha o jogo, iriam começar a matar na biblioteca e depois iriam para a coordenação”, relatou. Policiais militares, civis e bombeiros foram mobilizados para investigar a ameaça.  O esquadrão antibomba fez uma varredura na escola, mas nada foi encontrado. Ontem, um estudante foi apreendido e foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente e, depois, foi liberado. Os jovens negaram as acusações e disseram que foi apenas uma brincadeira. Houve uma preocupação especial também com as crianças que frequentam o turno vespertino.

“É assustador. É o primeiro ano da minha filha na rede pública e já viemos pra cá com uma rotulagem do colégio, mas demos uma oportunidade porque a equipe é muito boa, mas não deu certo” afirmou Caroline, mãe de uma estudante. “Voltei aqui para fazer a transferência da minha filha mas ainda não consegui”.

Caroline disse que todo o caso de violência não tem uma política pública de segurança nas escolas. “O massacre dessas crianças e adolescentes é algo desumano” disse.

Após o susto, há uma preocupação com o estado de espírito dos alunos. O colégio conta com uma psicóloga itinerante e uma coordenadora educacional da escola para conversar com os alunos. “Inclusive dois dos alunos têm o TOD (Transtorno Desafiador de Oposição), mas nada que poderia vir a ter uma repercussão dessa”

As aulas normais nesta terça tranquilizaram também os familiares dos estudantes. Os cinco alunos que fizeram a ameaça já foram transferidos e cada um irá para uma escola diferente. “Houve uma ameaça. Mas a escola precisa continuar” disse o diretor.

Por Brenna Farias, Edlene Andrade e Marília Silva 

Foto e vídeo Henrique Kotnick

Com supervisão de Luiz Claudio Ferreira