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Artistas brasileiros marcam presença na exposição em homenagem aos 50 anos de realismo

Na mostra “50 anos de Realismo – do fotorealismo à realidade virtual’’, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, até dia 28 de abril,  é possível se deparar com obras de 30 artistas contemporâneos, incluindo os brasileiros Giovanni Caramello (único escultor hiper-realista brasileiro), Fábio Magalhães, Hildebrando de Castro e Regina Silveira. A curadora da exposição, Tereza de Arruda, destaca que os artistas brasileiros fazem parte desse contexto.  “As obras dos artistas brasileiros selecionadas para esta mostra salientam a contextualização da produção nacional vista por uma perspectiva mais abrangente, de cunho internacional”, afirma a curadora.

A dinâmica da mostra está dividida em 4 etapas, separadas pela temporalidade das obras. A primeira etapa traz a primeira geração de pintores relacionados ao fotorealismo e ao hiper-realismo. Os artistas conseguem retratar a realidade com a maior fidelidade possível. Em seguida, encontram-se as obras dos artistas contemporâneos que se dedicam ao hiper-realismo somente e que “brincam” com a profundidade psicológica e com os detalhes do corpo humano. É nesta etapa que encontramos as obras do pernambucano Hildebrando de Castro, que se dedica à representação geométrica inspirada em fachadas de prédios.

Na categoria ‘’natureza morta’’, que corresponde à terceira etapa da mostra, pode-se encontrar os trabalhos do baiano Fábio Magalhães, que, na sua obra, consegue transmitir o desconforto e o estranhamento através da sua forma de representar o corpo humano, mesclando o retrato, a natureza (morta) e paisagem.

As esculturas tridimensionais hiper-realistas, incluindo a obra do artista Giovani Caramello, onde os temas abordados são o tempo e a enfermidade, tem um espaço especial na exposição. Aqui, é onde a proximidade do público fica mais aparente. “Foi bem desafiador produzir uma nova obra de grandes dimensões para a mostra, mas no final, valeu a pena todo o esforço. Sinto que a exposição foi um divisor de águas em minha carreira, muitas novas oportunidades surgiram”, afirmou o artista.  Nessa etapa, o padrão de comportamento humano também é abordado através de obras de outros artistas internacionais.

Para finalizar a exposição, a última etapa está marcada pelo que há de mais moderno: a realidade virtual e os modelos em 3D. É aqui que encontramos o trabalho da brasileira Regina Silveira, artista pioneira na mesclagem de mídias na mesma obra, misturando vídeo, fotografia, xérox, postais e diferentes colagens.

Com cerca de 90 obras, incluindo pinturas, esculturas, vídeos e instalações digitais, a exposição, além de trazer um inédito recorte da realidade na arte, tem como objetivo nos colocar diante da realidade inserida em nosso cotidiano e posicioná-la como algo relevante a ser considerado e revisto. “Eu fiquei fissurada. Me deu um sentimento de excitação tremenda ver o quão detalhada era cada obra e pensar em todo o processo de produção delas’’, entusiasmou-se a estudante de 17 anos, Lara Abreu, que visitava a mostra.

O que inspirou a curadora Tereza de Arruda a dar início a esse projeto, iniciado há 7 anos, foi uma pesquisa sobre a presença do realismo na arte contemporânea. ‘’Estava interessada no papel da realidade como ponto de partida na produção artística. Após idealizado, foi um longo processo para chegarmos ao contexto ideal entre concepção, idealização, curadoria e parceria institucional para assumir o projeto’’, explica.

A mostra, de entrada franca, após ter recebido mais de 170 mil pessoas em São Paulo, chegou em Brasília no dia 05 de fevereiro e está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) até o dia 28 de abril, de terça a domingo das 9h às 21h.

Por Mayra Christie (texto e fotos)

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira