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AUGUSTO DA SILVA FREIRE / Iniciativas inovadoras para motivar estudantes

Paraense de Belém e vivendo em Brasília desde 2003, quando foi aprovado em um concurso público para a Secretaria de Educação do GDF, Augusto da Silva Freire já lecionou matemática para os ensinos fundamental e médio. Destacou-se no CEF 209 de Santa Maria, assumiu a direção da escola em 2012 e desenvolveu vários projetos, entre eles o bem-sucedido Mais Educação. A iniciativa, voltada ao estímulo do processo de aprendizagem com foco no audiovisual, transformou aquele centro de ensino em referência. Os resultados vieram na prática: a escola subiu de nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), registrando, em 2017, um crescimento de 50% em relação a 2015. Em entrevista à Agência Brasília, Augusto Freire falou sobre algumas das propostas para sua gestão à frente da Regional de Ensino de Santa Maria, que abriga mais de 27 mil estudantes.

Qual a maior dificuldade das escolas de Santa Maria?

Uma das grandes dificuldades que temos hoje em toda a cidade está ligada à área externa das escolas – a violência. Registramos muitos casos de assalto, tráfico de drogas, crimes e ações que agridem o dia a dia dos nossos alunos. Isto cria um clima de insegurança e atrapalha o processo de aprendizagem. É muita tensão e medo. É uma grande dificuldade que a gente tenta administrar junto ao Batalhão Escolar e à PMDF [Polícia Militar do Distrito Federal]. Outra dificuldade é a questão da infraestrutura das escolas. Precisamos resolver a questão das salas de aula: algumas são muito quentes, outras têm número elevado de alunos.

Há previsão de reformas e ampliação das escolas para resolver parte desses problemas?

Sim. Já solicitamos à Secretaria de Educação a reforma geral do Caic Santa Maria, Caic Albert Sabin, CEF 403 e CEF 416. Também foi pedida a ampliação do CEF 201, que ganhará dez salas; e do CEF 308, que terá outras 12 salas. Além disso, estamos solicitando a construção do primeiro Centro Interescolar de Línguas [CIL] de Santa Maria, assim como uma escola técnica e pelo menos três Cepis [Centros de Educação da Primeira Infância]. No momento, o que temos são reformas menores e pequenos reparos em algumas escolas. Precisamos melhorar significativamente a questão do espaço físico dessas unidades. Os estudantes e os profissionais da educação precisam ter uma escola melhor, mais arejada, uma escola sem muitos problemas na parte estrutural. Para isso, vamos orientar melhor a utilização dos recursos do PDAF [Programa de Descentralização Administrativa e Financeira] para poder atacar os problemas mais severos, de modo que possamos ter uma escola mais agradável para nossos alunos. Eles precisam gostar de estar na escola.

Quais os projetos para melhorar as notas do Ideb em Santa Maria?

O desempenho das nossas escolas em relação ao Ideb foi relativamente mediano. Tivemos escolas que conseguiram atingir a média, outras até superaram e algumas ficaram abaixo. Elevar o Ideb das nossas escolas é uma meta. Para isso, vamos criar projetos sistematizados envolvendo as equipes gestoras das escolas. Vamos promover palestras e reforçar a orientação pedagógica motivacional para mostrar aos alunos a importância das avaliações. Precisamos apresentar a eles os elementos que compõem a nota do Ideb e explicar o porquê da necessidade de avançar nesses índices. Queremos também propor simulados e outras ações, de modo que os alunos possam se apropriar mais do conhecimento e evoluir no processo de aprendizado.

Qual o foco dessas iniciativas?

Queremos trabalhar intensamente na questão da leitura e da escrita. Queremos trazer o Planetário Itinerante para as escolas de Santa Maria e promover inciativas motivadoras e que despertem o interesse do aluno pelo aprendizado. Felizmente, temos alunos altamente capacitados e um corpo docente muito determinado a trabalhar, pessoas muito comprometidas. E tudo isso auxilia na nossa busca por resultados ainda maiores e melhores.

RENATA MOURA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA