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Detran-DF já registrou 420 mil infrações por excesso de velocidade e pode bater recorde

Com cerca de 392 equipamentos de fiscalização eletrônica no Distrito Federal, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), registra mais de 420.739 infrações em 2018.

2018 pode ficar marcado como o de maior número de multas por excesso de velocidade dos últimos três anos, segundo o Departamento de Trânsito do Distrito Federal, Somente entre janeiro e junho,  foram registradas 420.739 infrações desse tipo. Mantida a média do primeiro semestre, neste ano, o número de irregularidades pode ser superior a 840 mil casos. Para se ter ideia, em 2016, foram 587.611 infrações por esse tipo de ilegalidade. No ano passado, foram registradas 694.016 infrações.

 

O Detran-DF atua com a fiscalização eletrônica nas vias urbanas, com o controle de cerca de 148 aparelhos eletrônicos do tipo “pardal”, 122 barreiras eletrônicas e 122 avanços de semáforos. As rodovias que cortam o Distrito Federal são fiscalizadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Confira abaixo o número de infrações nos últimos anos (os dados de 2018 são referentes ao primeiro semestre)

De acordo com o site SigaBrasília, que disponiliza dados sobre arrecadação do DF, também está em crescimento os valores de multas em geral. Em 2013 e 2014, os valores giraram em torno de  R$ 161 milhões. Em 2015, houve uma queda: R$ 155,2 milhões. Em 2016, 185,9 milhões, e no ano passado, R$ 227 milhões. Nos primeiros oito meses do ano, o site registra R$ 144,1 milhões.

As infrações presentes no artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), são medidas eletronicamente, com possibilidade de penalização. Quando a velocidade excedida for maior que a permitida em até 20%, é considerada infração média com penalidade de R$ 130,16. Quando excede em mais de 20% até 50% do permitido, julga-se infração grave com multa de R$ 195,23. Caso a velocidade seja superior a permitida em mais de 50%, é aferida infração gravíssima, com a apreensão da carteira de habilitação, suspensão do direito de dirigir e o pagamento de uma multa no valor de R$ 880,41.

A assessoria de comunicação do Detran-DF informa que a receita arrecadada com as multas de trânsito é investida em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. O artigo 320 do CTB, pede que a receita acumulada com as multas seja compartilhada, como uma forma de aprimoramento, desse modo, a população pode ter o acesso a arrecadação e despesas realizadas desde 2008, informações que estão disponíveis no site do Detran-DF.

“Mais consciência”

A estudante Andressa Mota, 20 anos, que foi entrevistada como pedestre, tem um posicionamento favorável a utilização dos pardais, entretanto faz ressalvas. “Os radares são de extrema importância para que a velocidade da via seja respeitada e, consequentemente, evite acidentes, pois a presença deles inibe o comportamento infringente de alguns motoristas. Mesmo assim existem condutores que andam acima da velocidade e só freiam na presença do pardal”. Além disso, a pedestre acredita que a sinalização das vias é feita de maneira correta, pois sempre há placas de trânsito nas imediações dos detectores de velocidade, permitindo que não haja dúvida acerca do quão rápido se deve trafegar.

Andressa tem o entendimento de que a sinalização das vias é feita de forma correta, contudo pondera que é necessário mais conscientização. “Existe uma quantia considerável de placas no território brasiliense que orientam os motoristas quanto ao limite estipulado para a determinada avenida. Mesmo assim, as pessoas que estão à frente do volante precisam ter consciência sobre os riscos de acidentes que podem acontecer devido à direção irresponsável”. A respeito da quantidade de radares, a estudante declara que as áreas, em que o fluxo de automóveis é constante, devem ser instalados uma quantidade maior.

Para ela, a receita arrecadada a partir das autuações de trânsito é investida na reforma e sinalização. Contudo, não possui conhecimento sobre o modo utilizado pelos órgãos competentes para a redistribuição destes recursos. Além disso, ela afirma que a divulgação dos balancetes mensais deve ocorrer de maneira clara e objetiva, para que a população consiga entender mais sobre o assunto e não haja dúvida quanto a transparência deste procedimento.

“Multas não reeducam”

Habilitada desde 1987, a professora Kárita Vieira da Silva, 49 anos, declara não crer na eficácia dos trabalhos de conscientização realizados pelos órgãos competentes em relação à reeducação dos motoristas. “Multas não reeducam. E o povo brasileiro, infelizmente, não tem o hábito saudável de seguir regras. Só reduz a velocidade próximo aos pardais, o que não faz muita diferença quanto à segurança, visto que o risco ao ultrapassar a velocidade é constante”.

A condutora acredita que existam radares que são implantados em determinadas áreas de forma estratégica de reduzir a velocidade e outros  para que os motoristas sejam multados. Além disso, ela afirma ser descrente quanto à distribuição feita com a verba recolhida. “Acredito que são tantos milhões (de reais) arrecadados e, mesmo assim, não vejo melhorias nas vias e nas sinalizações”.

Kárita assume já ter sido penalizada por exceder o limite de velocidade. “Fui multada algumas vezes, infelizmente, por distração minha, o que me deixa bastante irritada em dar dinheiro a um governo que não corresponde às minhas expectativas. Assim como a maioria da população, infringe regras de trânsito por reduzir apenas nas imediações dos pardais, o que por vezes não foi o suficiente”.

Por Ana Luísa França e João Paulo de Brito

Arte: Messias Dias

Foto: João Felipe Silva

Supervisão: Luiz Claudio Ferreira