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Governo federal responde por manutenção de 54 dos 78 museus do DF

Há 3.789 museus no Brasil, dos quais 78 estão no território candango, aponta o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O Governo Federal é responsável pela administração de 54 destes espaços culturais. No âmbito nacional, o órgão informou que apenas 30 são gerenciados pelo instituto e que nenhum deles fica no Distrito Federal. A reportagem encaminhou entre nove e dez questionamentos para cada um dos pontos turísticos, mas não obteve resposta.

Duas semanas após o incêndio no maior museu da América Latina, as condições apresentadas nos edifícios culturais da capital  federal evidenciam que a infraestrutura desses ambientes precisam de reformas. As manutenções podem prevenir que outros materiais  históricos não sejam perdidos em uma eventual desastre. No Museu Nacional do Rio de Janeiro, quase todo o acervo artístico foi destruído pelas chamas.

600 obras sem seguro

O Museu da Imprensa contém 600 obras no acervo, porém nenhuma é assegurada. Foto: Divulgação.

O espaço físico do Museu da Imprensa em Brasília, por exemplo, dispõe de 680 metros quadrados, mas possui apenas uma saída de emergência. O acervo contém cerca de 600 peças. Entretanto, nenhumas das obras tem seguro contra perda ou destruição.

Considerado como um dos museus mais importantes do gênero no mundo, o Museu da Imprensa foi fundado em 13 de maio de 1982. Seiscentas obras estão distribuídas nos 680 metros quadrados da edificação cultural. Desse montante, 550 produções são tombadas, além de nenhuma ter seguro.

O sistema de segurança contra incêndios do local contém extintores, caixas de hidrante e brigadistas. Os funcionários do museu são submetidos frequentemente a treinamentos organizados pelo Corpo de Bombeiros e outros ministrados pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).

Os recursos que mantêm o Museu da Imprensa em atividade são provenientes do Governo Federal. A partir disso, a Imprensa Nacional fica responsável pela manutenção e restauração da estrutura do edifício.

Museu Nacional Honestino Guimarães

O Museu Nacional Honestino Guimarães abriga um acervo com 1,2 mil peças. Foto: Júnior Aragão/SECDF

Inaugurado em 2006, o Museu Nacional Honestino Guimarães abriga um acervo com 1,2 mil peças, sendo a maioria adquirida por meio de doação. O local é mantido pelo Governo do Distrito Federal (GDF). As obras em exposição têm seguro, mesmo não tendo ocorrência de incidentes no museu.

 

O sistema de segurança contra incêndios utilizado no local são os hidrantes e os sprinklers (dispositivo utilizado no combate a incêndio) , além das portas no espaço principal, sendo as de entrada e saída, e mais duas portas, uma oferecendo acesso a rampa leste, voltada para a Catedral de Brasília, e

uma outra rampa suspensa que fornece acesso ao piso superior.

Segundo o diretor administrativo do museu, João Bastos, há um treinamento dos funcionários para situações de incêndio, mas a frequência da capacitação deve ser revista. “Foi realizado um treinamento (para situações de incêndio) pela equipe do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, embora já não tenha eficácia, em razão do remanejamento de servidores e prestadores de serviços, a proposta é que a cada dois anos seja feito um treinamento dessa natureza.”

Exemplo de organização

Centro Cultural Banco do Brasil tem entrada gratuita. Foto: Ana Luísa França

Projetado por Oscar Niemeyer, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) em Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000. O acesso ao local é gratuito, sendo mantido pelo Banco do Brasil. O museu recebe exposições itinerantes, com acervo permanente de 76 obras do módulo Cultura e Cidadania, sendo elas pinturas, gravuras e esculturas.

“Temos neste espaço obras de nomes como Di Cavalcanti, Carlos Scliar, Tomie Ohtake, Athos Bulcão, Burle Marx e Miguel dos Santos”, afirma a assessora de imprensa do CCBB, Michele Lira. As obras do módulo História contam com acervo de peças ligadas à atividade nas dependências do banco, sendo documentos, objetos, plantas, numismática, desenhos arquitetônicos, livros raros e mobília.

Desde a inauguração até hoje, não há registros de incidentes ou perda de acervo, sendo todos assegurados. O sistema de segurança do museu contra incêndios conta com escadas de emergência com portas corta-fogo, faixas antiderrapantes e corrimãos. Possui, ainda, sinalização de segurança, iluminação de emergência, caixas hidrantes, hidrantes de coluna (passeio) e bombas de incêndio.

Há 245 unidades de extintores de incêndio instalados e 70 unidades na reserva técnica, obtendo também um extintor carreta de Pó Químico Seco (PQS) de 50 kg. Na central de alarme de incêndio há acionamento manual, detectores de fumaça e alarme audiovisual. A Brigada de Incêndio contratada é composta por 12 bombeiros, um supervisor e dois bombeiros líder, dispondo de equipamentos necessários e devidamente habilitada para agir quando solicitados.

O edifício conta com um Responsável pela Prevenção de Acidentes (RPA) e Grupos de Abandono Predial (GRUAs) formados pelos funcionários e terceirizados voluntários, que são preparados para atuar em casos de abandono do prédio, orientados pela Brigada de Incêndio e/ou Corpo de Bombeiros.

“É realizado um exercício de abandono predial por ano, de modo a treinar a população do edifício para agir da forma correta, em caso de situações reais, assim como identificar situações que possam colocar a população ou o edifício em risco”, ressalta a assessoria.

Por Ana Luísa França, João Paulo de Brito e Luiz Fernando Santos

Foto: Ana Luísa França e Vitor Mendonça

Supervisão de Isa Stacciarini e Luiz Claudio Ferreira