Nos últimos dias, as discussões sobre imigração têm ganhado atenção dos noticiários mundo afora. Posicionamentos cada vez mais conservadores marcam governos das grandes economias no mundo. A Agência de Notícias Uniceub entrevistou o internacionalista Aninho Irachande sobre as grandes polêmicas da crise de imigração e qual é a repercussão do assunto no Brasil.
Segundo o professor, o fenômeno da imigração é bastante antigo, mas os motivos mudam, assim como as características dos emigrantes. “Houve um tempo, que as pessoas eram forçadas a mudar do seu país por motivos de guerra. Hoje, muitos se deslocam em razão de oportunidades de emprego, razões de calamidades mais sociais, de ordem de trabalho”, afirma.
Logo nos primeiros dias de governo, foi anunciada a saída do Brasil do Pacto Global da ONU para Migração, que visa a organizar o intenso fluxo migratório e garantir direitos dos emigrantes pelo mundo. O documento foi assinado por 164 países, no ano passado, incluindo o Brasil.
A decisão do novo governo alinha-se aos passos do atual presidente estadunidense Donald Trump, que não assinou o tratado. O novo Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo afirmou a imprensa que “a imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país”. O professor Aninho Irachande afirma que a decisão é lamentável. “Um discurso de política externa e de posicionamento internacional do Brasil, que destoa de sua própria história”.
Nos Estados Unidos, a discussão acerca da construção do muro com o México tem sido um dos grandes centros das atenções nos noticiários pelo mundo. A promessa de campanha do presidente Donald Trump tem encontrado importantes resistências da oposição. “As pessoas que tem entrado nos EUA, ao longo da história, contribuíram para a construção daquela sociedade e pouco desorganizaram a economia americana”.
Por Larissa Calixto
Imagens: Wagner Augusto
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
