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“O Candidato Honesto 2”: humor machista e referências erradas prevalecem

“O Candidato Honesto 2”, dirigido por Roberto Santucci e escrito por Paulo Cursino, estreia nos cinemas nacionais nesta quinta-feira, 30 de agosto. Com a atuação principal de Leandro Hassum, o longa é uma continuação do filme lançado em outubro de 2014, que teve 2,2 milhões de espectadores naquele ano.

O filme faz uma crítica à política brasileira, buscando o humor para contar uma história que reflete muito do que se vê na mídia sobre o comportamento da classe política. Mas roteirista e diretor abusam de um humor carregado de clichês do gênero, o que pode reforçar discursos de ódio. Além disso, o risco é provocar desinformação, ao misturar referências a fatos políticos reais com a ficção.

João Hernesto (Leandro Hassum) é um político que cumpriu a pena de quatro anos por corrupção e ao sair do cárcere tenta uma vida diferente longe dos holofotes da política, mas não resiste ao receber uma proposta de apoio ao lançamento de sua candidatura à Presidência da República. Com a fama de ser “o político mais sincero do Brasil”, o candidato tem o apoio popular e de um partido que domina a bancada no Congresso Nacional.

No filme, o vocabulário do candidato à presidência é chulo em todos os momentos. Durante a campanha e nas relações com os seus apoiadores, xingamentos e ofensas à orientação sexual alheia também são frequentes na trama.

O presidenciável é divorciado da esposa e, a pedido  dos organizadores da sua campanha, procura uma companheira. Nessa busca há cenas onde o assédio sexual a uma jornalista acontece. O episódio reflete os casos reais em que parlamentares assediam jornalistas, constrangendo as profissionais que cobrem política. Mas, infelizmente, o roteiro derrapa ao abordar a questão apenas para provocar risos e não reflexão.

Ao vencer as eleições, o novo presidente tem problemas diferentes na política, como a perseguição do seu vice, Ivan Pires (Cassio Pandolfh), e o presidencialismo de coalizão. 

Por Marília Sena
Sob supervisão de Katrine Boaventura e Luiz Claudio Ferreira