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Peça encenada em praça do Paranoá ironiza promessas eleitorais

O país vive um clima de tensão devido às eleições presidenciais, e nem a arte escapa disso. As polêmicas eleitorais têm sido tema para algumas peças. Um exemplo é o espetáculo de rua ‘’O Camelô e o Coronel’’. Encenado no Paranoá, na Praça da Quadra 28, todos os sábados até o dia 29, o acesso é gratuito e a classificação é livre.

A peça critica as promessas que são feitas pelos políticos em período eleitoral, porém de maneira humorada e mais leve. Na história, o personagem Camelô (Jefferson Leão), que chega à cidade para vender cordéis e uma ‘’banha maravilhosa’’ que cura tudo, desde dor em fio de cabelo até feiura.

Assim, o Camelô é chamado para trabalhar na campanha de um coronel que está se reelegendo pela oitava vez. O Coronel (Elder de Paula) promete então várias coisas ao Camelô, mas não cumpre nenhuma delas. Logo, o Camelô planeja desmascará-lo para a população da cidade.

Confira abaixo uma entrevista feita com Januário Jr., diretor, roteirista e um dos atores do elenco.

– O que você acha da população, das pessoas no geral, nesse meio? Qual a reação esperada por vocês?

Nossa ideia é provocar o riso, é entreter as pessoas. É isso basicamente. Nós temos muita experiência nisso, eu diria. Só ver o tanto de pessoas que já conquistamos. Nosso público engloba pessoas de 2 anos, temos crianças que são trazidas pelos pais para assistir aos espetáculos, até 80 anos de idade. Nos últimos eventos, tivemos um grupo de 5, 6 pessoas que reagiram positivamente, tanto que estes mesmo vieram de novo, e fizeram pipoca e distribuíram para o pessoal. Teve gente trazendo caixa de cerveja e se acomodando. Acho que nossos espetáculos têm criado essa comodidade com o público, ou seja, uma ótima reação vinda do público. Acho também temos ultrapassado nosso objetivo.

– Sobre um dos personagens da peça, o Camelô: quem seria ele na nossa realidade? É um personagem feito exclusivamente pensado em alguém?

O Camelô é uma figura das artes, que abre o olho das pessoas a partir da contagem de histórias. São histórias que alertam e elevam a atenção do público para questões evidentes. Ele faz isso pela necessidade financeira, ao prever o inevitável: um Coronel que se reelege pela 8ª vez! Eu sei que isso é impossível, mas assim, isso já deixa clara a ideia da nossa história. Com isso, ele quer conscientizar a população.

– E o Coronel?

Eu diria que ele é um compilado de várias atitudes políticas. Minha ideia, ao elaborar a composição desse personagem, foi pesquisar antes várias personalidades políticas e tirar de cada uma algo que pudesse resumir bem tudo. 

– Para finalizar: você acha que a arte, seja o teatro, a música, o cinema, casa bem com a política?

A arte é uma ferramenta de discussão e atuação política. Ela tem essa função, e a arte tem cumprido muito esse papel de provocar uma discussão, mas de maneira leve, quando se trata de política especificamente. Veja bem, tem diversas maneiras de entrar numa pauta de discussão, e com a arte, tudo se torna mais leve. Ela melhora o clima. Ou seja, sua presença na arte é mais do que necessária, ela é urgente para não entrar num colapso. Isso é um sim, elas casam bem.

Por Felipe Tusco Dantas

Imagens: Divulgação

Supervisão: Luiz Claudio Ferreira