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Turistas recebem orientação e material educativo durante ação ambiental no lago de Corumbá IV

Recolher o lixo gerado durante o lazer na orla do lago de Corumbá IV; estacionar os veículos fora dos 100 metros da Área de Preservação Permanente (APP); e usar colete salva-vidas ao entrar na água. Esses cuidados fazem parte do “rigoroso” acordo que Mauricio Santana mantém com familiares e amigos que visitam a sua propriedade, no condomínio Recanto do Pescador 1, para curtirem o lazer no lago. Este e outros depoimentos foram colhidos em ações do Programa de Educação Ambiental (PEA), que a Corumbá Concessões realizou no reservatório de Corumbá IV, nos dias 19 de janeiro e 2 de fevereiro.

Os agentes ambientais orientaram os turistas sobre o que eles podem e o que não podem fazer no lago e na APP: Não acender fogueira para evitar fogo na mata; não desmatar ou causar danos à vegetação; estacionar veículos fora da APP; usar colete, especialmente nas crianças; coletar o lixo gerado durante o lazer, para descarte correto na cidade; e observar o período da piracema (reprodução de peixes) que vai até o final de fevereiro, quando é proibida até mesmo a pesca amadora. Nas abordagens, os agentes distribuíram kits ecológicos contento folders, cartilhas e saco plástico para lixo.

Prevenção de acidentes

“Eu sou exigente e pego no pé da turma, principalmente na questão de segurança. É preciso muito cuidado quando lidamos com água, porque há pessoas que bebem, passam da conta e ficam fazendo gracinha, querendo atravessar o lago nadando sem colete. Graças a Deus nunca tivemos nenhum acidente com alguém da minha família ou amigos, mas isso é imprevisível e acontece com os mais corajosos e que mais sabem nadar”, disse Maurício Santana.

Alan Santos Silva mora em Brasília e tem propriedade no Condomínio Recanto do Pescador 1, em Santo Antônio do Descoberto. Durante a abordagem educativa, ele disse que gosta de pescar por diversão, mas tem uma preocupação a mais durante a piracema. Segundo ele, a proibição de pesca nesse período é muito importante, pois a maioria das espécies reproduz apenas uma vez por ano. “Essa lei é necessária e nem precisaria existir se as pessoas tivessem consciência ambiental, respeitassem a piracema, pescando somente fora do defeso. Mas, infelizmente, não é isso que acontece e vemos muita gente praticando a pesca predatória, com rede, arpão e espinhel o ano todo”, disse.

Alan também tem cuidado redobrado com a segurança dos filhos. “Meus filhos estão sempre com colete, homologado pela Marinha. Se a criança cair desacordada na água, por exemplo, esse colete vai virá-la para cima e flutuar”, comentou.

A segurança do lazer no reservatório e os cuidados na proteção da APP são algumas das prioridades do condomínio Recanto do Pescador 2, segundo 
Carlos Caetano da Silva, que tem lote ali e mora em Brasília. “O nosso síndico mantém um guarda na portaria que orienta os moradores a estacionarem os carros fora da APP para não danificar a vegetação. Estamos também com a ideia de colocar uma barreira feita com garrafas pet e cabo de aço para delimitar a área para os banhistas se protegerem da ação de alguns pilotos de jet-ski sem noção de segurança e que muitas vezes dirigem alcoolizados”, disse.

Vladimir dos Santos, que tem casa na região de Santo Antônio do Descoberto, chamou a atenção para a pesca predatória: “Outro dia mergulhamos na beirada do lago e nos deparamos com um espinhel cheio de anzóis e redes armadas, em plena piracema, e que configura crime ambiental durante o ano todo. Isso é uma covardia”.  Vladimir pediu “arrocho na fiscalização”, pelo Ibama e pela Corumbá Concessões.

Joselito Ferreira, ex-secretário de Meio Ambiente de Alexânia (em 2012), aproveitou o fim de semana de muito sol para curtir as “maravilhas que esse paraíso proporciona”. Ele disse que vê, com frequência, os fiscais da usina percorrendo o lago para monitorar a APP, mas observou que ainda há muitos crimes ambientais sendo cometidos na região. “Eu já encontrei aqui muitas redes armadas”, comentou.

Mas nem todos os frequentadores sabem dos deveres, direitos e obrigações na área de Corumbá IV. Alguns turistas que estavam com veículos estacionados na beira da água e outros que acendem fogueira próximo à vegetação, agradeceram pelas informações dos agentes sobre a proibição dessas práticas, se comprometeram a agir corretamente e a lerem atentamente o material informativo que receberam. Durante as abordagens foi flagrado até mesmo pesca com rede, feita por adultos, juntamente com seus filhos, demonstrando total falta de consciência ambiental e de senso na educação das crianças.

Numa abordagem na área de Abadiânia, um frequentador assíduo do lago, Edinho Ferreira, solicitou esclarecimento sobre os acessos ao lago: “Eu tenho visto muitos acessos feitos com bloquete e com pavigrama dentro da APP, até à beira da água. Isso é permitido? Qual órgão autoriza a construção? ”. A turista Marina Rodrigues, moradora de Brasília e que pela primeira vez visitou o reservatório, comentou que o grande número de construções na região chamou muito a sua atenção. “Isso aumenta mais a responsabilidade dos proprietários, como por exemplo, na hora de instalar uma fossa ecológica, em vez da negra que é poluidora, e de cuidar da limpeza das margens do lago durante o lazer. ”

Marinez de Castro, analista ambiental da Corumbá Concessões, observou que nessas duas ações educativas as pessoas estão mantendo as áreas próximas das margens do lago mais limpas. “Por outro lado, percebemos que muitos turistas e moradores de condomínios da região ainda estacionam seus veículos na APP, o que é proibido. O correto é o motorista desembarcar a família e os materiais próximos ao lago e voltar com o carro para estacionar fora da APP”, diz. Quanto à construção de acessos ao lago ou qualquer outra alteração pretendida na área de preservação, ela esclarece que o interessado deve entrar em contato com o Ibama / Superintendência do DF (61 3035-3404/ 3450), que é o órgão fiscalizador da UHE Corumbá IV, para obter mais informações e autorização.

Ana Guaranys

Assessoria de Comunicação / Corumbá Concessões