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UCB abre as portas para o desenvolvimento internacional de fármacos

A partir de parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts , a UCB desenvolve nova classe de antibióticos ainda mais potentes do que os atuais

As infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos, também conhecidas como superbactérias, representam atualmente uma das principais ameaças à saúde pública mundial. Infecções por essas bactérias estão se tornando cada vez mais comuns e algumas delas são resistentes a praticamente todos os antibióticos existentes, causando um aumento de mortalidade e morbidade significativo.

Com foco em desenvolver novos antibióticos para combater essas bactérias resistente, professores pesquisadores da Universidade Católica de Brasília (UCB), por meio do Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências Genômicas e Biotecnologia, têm trabalhado incessantemente. Foi graças a um desses estudos, que o prof. Dr. Octávio Franco desenvolveu um algoritmo inovador de novos peptídeos sintéticos. Com isso, ele cria espaço para a geração de uma nova classe de antibióticos, conhecidos por Guvaminas.

Dada a inovação do antibiótico e sua potente atividade, a UCB firmou parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Massachusetts Institute of Technology – MIT), nos Estados Unidos, que resultou em uma patente internacional para exploração dessa nova classe de antibióticos. A patente ainda está em fase de negociação, abrindo as portas à UCB para o desenvolvimento internacional de fármacos.

“Como alternativa aos antibióticos comerciais, os peptídeos antimicrobianos (PAMs) têm sido elencados como uma possível estratégia inovadora, uma vez que fazem parte do sistema imune inato. Dessa forma, PAMs sintéticos, gerados por meio de métodos de desenho racional, têm sido propostos como uma alternativa. Nesse sentido, o peptídeo de goiaba, Pg-AMP1, foi utilizado como modelo para o desenvolvimento de novos peptídeos sintéticos utilizando um algoritmo inovador e, por conseguinte, gerando uma nova classe de antibióticos conhecidos por Guavaninas. Inicialmente as análises estruturais do Pg-AMP1, originalmente isolado de goiaba, indicaram uma estrutura extremamente flexível e variável. Desse modo, um algoritmo genético para o desenho racional assistido por computador foi aplicado para a obtenção de uma estrutura mais estável”, explicou o professor Octávio Franco.

Segundo o professor Octávio, o protótipo Guavanina 2 se mostrou com uma eficácia de 100% contra bactérias Gram-negativas (que não retêm o corante violeta de genciana durante o recurso ao protocolo de coloração de Gram) em baixas concentrações, através do rompimento da membrana bacteriana e causando sua hiperpolarização (aumento na diferença de potencial entre o meio externo e o interno de uma membrana biológica). A Guavanina 2 foi capaz de controlar infecções graves em modelo animal de infecção cutânea, por exemplo.

Novo Laboratório/Novas Perspectivas

Com o recente parecer favorável para a proposta de financiamento de estruturação do mais moderno laboratório de Nanobiotecnologia do Centro-Oeste e um dos mais importantes do Brasil, a UCB dá passos largos para se consolidar como um dos mais importantes polos de biotecnologia do país. O financiamento se deu por meio de Chamada Pública realizada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).

Somente seis instituições no Brasil conseguiram pareceres favoráveis nessa Chamada Pública, e ao todo serão destinados ao novo laboratório aproximadamente R$ 3,5 milhões. Esse valor será dividido entre obras para instalação de equipamentos, taxas de importação e aquisição de equipamentos. O laboratório de Nanobiotecnologia fará parte do Programa de Ciências Genômicas e Biotecnologia da UCB e terá a parceria da Universidade de Brasília (UnB).

“Promovemos uma grande força-tarefa para concorrer ao edital CT Infra, promovido pela FINEP, com o objetivo de viabilizar a modernização e ampliação da infraestrutura e dos serviços de apoio à pesquisa desenvolvida em instituições públicas de ensino superior e de pesquisas brasileiras, por meio da criação e reforma de laboratórios e compra de equipamentos. O nosso projeto enviado ao MCTI recebeu, de consultores representantes da comunidade científica nacional, nota 4,52 de 5”, destacou o pró-reitor Acadêmico da UCB, prof. Dr. Daniel Rey de Carvalho.

Segundo o coordenador-geral de Desenvolvimento e Inovação da UCB, prof. Dr. Alexandre Kieling, o novo laboratório colocará a UCB na vanguarda do desenvolvimento de tecnologia e inovação, com foco em Nanobiotecnologia. “Com esse laboratório poderemos aprofundar tudo aquilo que nós já temos atualmente no campo da biotecnologia. Trabalhamos muito bem com a manipulação do genoma, cadeias de DNA e uma série de abordagens nesse sentido, o que nos rendeu mais de 30 patentes. Agora, no caso específico da Nanobiotecnologia, irá nos colocar em um patamar acima no desenvolvimento da área, porque começaremos a mexer com uma especificidade altamente refinada do ponto de vista científico e tecnológico”, explicou.

Ainda de acordo com o professor Alexandre Kieling, esse laboratório significará um passo grandioso no parque científico, tecnológico e de inovação da Universidade, bem como para a rede de relacionamentos da Instituição.

“É um projeto de vínculo umbilical com a área de desenvolvimento da Universidade de Brasília (UnB). Além disso, abre a possibilidade de atendermos demandas concretas da sociedade e do setor produtivo voltado para o desenvolvimento de tecnologia para essa área. Esse laboratório será um novo ciclo na história da área de biotecnologia, um passo na evolução, desenvolvimento, maturidade, crescimento e na perspectiva que tem de geração de resultados. Se antes já éramos uma referência, agora caminhamos para a excelência”, ressaltou o coordenador-geral de Desenvolvimento e Inovação da UCB.

Comunicação UCB