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“Vivemos tempos estranhos e perigosos”, diz Cármen Lúcia

A um mês de deixar o cargo, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, demonstrou, em palestra para universitários em Brasília, preocupação com o destino do país para os próximos anos e com as demonstrações de intolerância nas discussões sobre política. “Vivemos tempos estranhos e perigosos”, afirmou. Ela ressaltou que o povo é a parte mais importante na construção do país. “O poder está em nós. E vamos combinar, se o povo soubesse do tamanho do seu poder, seríamos muito mais ativos”.

A pouco mais de um mês do aniversário de 30 anos da Constituição Federal, a ministra Cármen Lúcia, em posse do documento de 1988, foi enfática ao defender a democracia no país. Ela traçou um panorama histórico a respeito da evolução política no Brasil e disse que a participação popular tem grande importância para que mudanças aconteçam ao citar a Lei da Ficha Limpa como um desses ativismos políticos relevantes.

Mal que se alastra

“Somos nós, cidadãos, que damos vida à lei […] e eu acredito no cidadão brasileiro”, afirmou. No atual cenário, embates políticos são, por vezes, ácidos e vêm de todos os lados. A ministra comentou que “a não-democracia é um mal que se alastra sozinho e que é necessário que todos lutemos pelo contrário”. Ela enalteceu que cada um deve fazer a sua parte e colocar, em primeiro lugar, o respeito diante da pluralidade de opiniões, a fim de que uma sociedade livre, justa e solidária se estabeleça. “A omissão [política] é um caminho para a traição”, ressaltou.

A expectativa para o número de eleitores esse ano é de pouco mais de 147,3 milhões, 3% a mais que em 2014, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. As cidades que concentram os maiores números de eleitores são São Paulo (9.052.724), Rio de Janeiro (4.891.885) e Brasília (2.084.356).

Ministros em seminário sobre Democracia e Cidadania
Foto: Vítor Mendonça/Agência de Notícias UniCEUB

Fake News

O ministro Marco Aurélio, ao falar das Fake News, afirmou que a repercussão das falsas notícias irá “depender da postura crítica das pessoas esclarecidas”, mas que “nas redes sociais as ideias se tornam incontroláveis”. Mas ele vê um cenário propício para o combate por intermédio do bom jornalismo e com checagem das notícias.

Ele também defendeu o voto facultativo e criticou o uso de recursos da iniciativa privada para a propaganda eleitoral. “Sempre fui favorável ao financiamento público para as campanhas”.

Para o ministro do TSE, Tarcísio Vieira, “o Estado é uma criatura gerada pela democracia para assegurar direitos individuais. Se não o faz, não há razão para existir”. Em entrevista, o ministro defende um pacto de não proliferação entre veículos de informação e o Tribunal.

Ao mesmo tempo em que o ministro demonstra confiança nos jovens eleitores do Brasil, ele se preocupa com as repercussões que podem ter as Fake News. “Embora os jovens sejam mais críticos, isso pode destruir candidaturas e a eleição.”

Os jovens entre 16 e 20 anos representam 7% do eleitorado brasileiro. Confira matéria sobre os jovens e as eleições de 2018.

Por Vítor Mendonça (texto e fotos)

Sob supervisão de Luiz Cláudio Ferreira