Pacientes em tratamento da doença renal crônica (DRC) que recebem atendimento de equipe multidisciplinar têm um salto na qualidade de vida. Em Brasília-DF, a equipe de um instituto de nefrologia percebeu, ao inserir diferentes abordagens no tratamento psicológico, que é possível produzir efeitos ainda mais satisfatórios no quadro clínico de seus pacientes. Além de novas técnicas adotadas, a estratégia incluiu no programa familiares do paciente e seus próprios funcionários.
Para quebrar a resistência de familiares e dos próprios clientes no enfrentamento da DRC, o Instituto de Nefrologia de Brasília – Ineb, instituiu nas suas duas unidades – Águas Claras e Ceilândia as rodadas de conversas. Os encontros ocorrem mensalmente e o aumento no número de participantes é crescente. Já são cerca de 50 pessoas que integram o grupo e que estreitaram as relações.
“Alguns deles já se tornaram amigos e se veem também em outras ocasiões. E é justamente este o objetivo, contribuir com o bem-estar de todos, pacientes e a família. Este projeto tem ajudado a aproximar a família na rotina do tratamento do dialítico, de estimular a empatia nas duas pontas”, afirma Leslie Figueiredo, psicóloga do Ineb.
O compartilhamento dos desafios, a oportunidade de se expressar com pessoas que vivem a mesma realidade, tudo isso é despertado pelo ambiente criado, que começa com uma confraternização para depois passar para os trabalhos, que incluem técnicas de psicoterapia. Muitas famílias têm acompanhado mais de perto o tratamento de seus entes, se interessado pelos processos, os cuidados necessários, as restrições. Segundo Leslie, essa construção de laços contribui com a eficácia do tratamento. “O paciente sai fortalecido, especialmente nos quadros de depressão, outro reflexo da doença renal. A percepção do que afeta sua estabilidade emocional e as orientações que recebe sobre como lidar com estas questões ampliam a autoestima, o bem-estar e tudo isso reflete significativamente na eficácia das sessões de hemodiálise”, completa.
Psicodrama
Outra abordagem de trabalho que contribui com a evolução psicológica do paciente é a análise psicodramática. Inédita em Brasília no tratamento de renais crônicos, esta linha de trabalho foi adotada no instituto como complemento, principalmente para pacientes com diagnósticos de depressão e ansiedade, doenças psíquicas mais frequentas. “O paciente, ao receber o diagnóstico da doença renal, tem o comportamento da negação.
A análise psicodramática reúne técnicas de espelhos nas intervenções psicológicas com os pacientes renais crônicos. Por meio da dramatização, o paciente é colocado na posição de expectador para alcançar uma nova condição de vida e bem-estar mental. “Há depoimentos de pacientes que transformaram sua forma de lidar com a doença e que hoje conseguem encarar o problema com mais serenidade. Eles ficam mais abertos para falar de suas angústias, passo primordial para enfrentar a doença”, explica.
Funcionários
Todos os funcionários têm a oportunidade de receber atendimento psicológico em plantões de urgência. Cada profissional avaliado passa por duas sessões e um retorno. Em eventual necessidade, é feito o encaminhamento para atendimento com outro profissional, por questões éticas.
Segundo Leslie, há procura de trabalhadores de todos os setores da clínica. “Eles se sentem à vontade para compartilhar seus problemas e receber orientações. E relatam uma melhoria no ambiente familiar depois da experiência, uma evolução também percebida no ambiente de trabalho, a produtividade e, principalmente, na empatia com os pacientes”, finaliza.
Sobre o Ineb
O Instituto de Nefrologia de Brasília, que nasceu da fusão do Instituto de Nefrologia e da Renal Vida, une tecnologia de ponta, humanização e individualização do tratamento. Faz parte da Alvo Corporações, holding com trabalho especializado em unidades de saúde voltadas à nefrologia e hemodiálise que prestam atendimento inovador, hotelaria premium e serviço da mais alta qualidade. Saiba mais em http://inebbrasilia.com.br.