O economista Edson Agatti sempre buscou ir além do convencional e teve uma trajetória marcada por experiências internacionais. Formou-se em Marketing na Florida Gulf Coast University e concluiu o mestrado em Economia na George Mason University, ambas nos EUA. Atuou em Washington e na KPMG, na Hungria, inserido em ambientes corporativos multiculturais.
De volta a Brasília em 2013, Edson passou a atuar na gestão do Centro Universitário Uniceplac — instituição da família — onde acumulou sete anos liderando processos de transição e inovação. No entanto, foi como pai que teve o insight que mudaria sua trajetória. Ao levar a filha para uma escola americana na capital, percebeu algo incomum: “Havia uma fila de espera enorme, mesmo para uma escola com mensalidade alta. Isso me despertou uma pergunta fundamental: se há tanta demanda por escolas internacionais no ensino básico e médio, por que não existe uma faculdade internacional aqui em Brasília?”, conta Edson.
Ao observar o crescimento de escolas bilíngues e internacionais no ensino infantil e médio, ele enxergou uma lacuna clara no ensino superior. A partir dessa percepção — somada à sua formação internacional — nasceu a Hayek Global College, uma faculdade internacional com sede em Brasília e com professores de várias partes do mundo. “Começamos em 2021 com um MBA online e hoje temos parcerias com mais de 25 universidades nos cinco continentes”, afirma Edson.
Diferente dos formatos tradicionais presenciais, on-line ou híbridos, a instituição desenvolveu uma modalidade de ensino própria chamada Global-Exchange-Based Learning. Os alunos ficam fisicamente em sala de aula, acompanhados por um mediador, enquanto o professor internacional participa remotamente, de qualquer país do mundo, por meio do Haybot, tecnologia desenvolvida pela própria instituição. “O equipamento permite que professores lecionem em tempo real, interagindo com os alunos de forma imersiva e proporcionando uma sensação de proximidade física entre estudantes e docentes. O Haybot conta com uma câmera de 180 graus, monitor ajustável, som surround e outros equipamentos, promovendo uma experiência de aprendizado envolvente”, completa Edson.
Esse modelo inovador rendeu reconhecimento: a Hayek conquistou a 8ª posição no Ranking Universitário Mundial de Inovação (WURI), na categoria Mobilidade Estudantil.
Em 2024, a instituição deu mais um passo ousado: lançou o American College, uma graduação inédita no Brasil, 100% em inglês, que oferece aos alunos a chance de obter um duplo diploma Brasil-EUA. O programa segue o modelo 2+2: os dois primeiros anos são cursados no Brasil e os dois seguintes em universidades americanas parceiras — como Fort Hays State University, Cumberland University, Clark University, Alfred State e Kentucky State University. Ao final, os alunos conquistam dois diplomas e uma carreira internacional.
“Todas as universidades parceiras foram escolhidas porque oferecem suporte acadêmico e extracurricular, oportunidades de estágio e uma abordagem prática, voltada ao mercado de trabalho”, explica Edson. O processo de transferência já é articulado pela Hayek, facilitando o ingresso nas instituições americanas. “Depois de dois anos lá, o estudante pode obter um visto de trabalho por até três anos — um benefício de estar legalmente matriculado em uma universidade americana”.
A proposta atende a dois públicos: brasileiros interessados em uma formação global sem sair do país nos primeiros anos, e estrangeiros que desejam estudar no Brasil, mas só falam inglês, encontrando na Hayek uma opção acessível e internacionalizada.
Hoje, a Hayek tem mais de 25 universidades parceiras em programas de MBA, intercâmbio digital e no modelo 2+2, sendo oito parceiras oficiais nos EUA. “A Cumberland University, por exemplo, fica próxima a Nashville — capital da música americana — e oferece suporte completo aos alunos, incluindo moradia e programas de estágio. Já a Fort Hays State University, no Kansas, é conhecida por seu ambiente acolhedor e seguro, com opções que vão de saúde a negócios e computação. A Alfred State, no estado de Nova York, destaca-se na área de tecnologia, com taxa de empregabilidade de 99%, reflexo da alta demanda por profissionais na região”, explica o diretor da Hayek.
A receptividade internacional tem sido positiva. “As universidades americanas veem com bons olhos as parcerias com o Brasil. Primeiro, porque o país é grande e atrativo. Segundo, porque provavelmente eu era o único brasileiro fazendo isso. Fui muito bem recebido”, destaca Edson.
A estudante Rebecca Borges Walker, que veio de Goiás e já havia feito high school nos EUA, encontrou na Hayek a ponte ideal. “Na minha cidade todo mundo quer cursar Medicina. Eu sempre quis ir para fora. Tenho cidadania americana e a Hayek foi um presente. Aqui posso estudar no Brasil e depois continuar nos EUA com um modelo de ingresso mais tranquilo. Além disso, as aulas têm metodologias modernas e professores internacionais que nos ajudam”. Para a mãe, Amanda Lara Grecco Borges, a iniciativa chegou na hora certa: “Quando vimos a proposta, percebemos que era a opção perfeita. É mesmo inovação. É isso que essa nova geração precisa: tecnologia, multiculturalismo, professores conectados do mundo inteiro, trocando experiências e formando líderes globais”.
Ana Carolina Chaves, mãe de Ana Luiza Maciel, de 20 anos, comemora a oportunidade que a filha teve ao ingressar na Hayek por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudo integrais e parciais. “Nunca fui para fora do Brasil, e a Hayek representa uma oportunidade real de sonhar. Pensar em deixar a filha sozinha nos Estados Unidos, sem nenhuma referência, é difícil. Mas estudar dois anos aqui, com toda a estrutura e acolhimento, e depois seguir para lá, nos dá mais segurança. A Hayek recebe representantes das universidades parceiras, que apresentam os programas, as cidades, os tipos de atividades… Isso nos dá confiança no futuro dos nossos filhos”.
O próximo passo da Hayek é expandir suas turmas e abrir novos campi pelo Brasil — sempre com a missão de preparar cidadãos líderes para um mundo sem fronteiras–