Distrito Federal

Bandeira tarifária de junho será vermelha. Saiba como economizar energia e evitar o aumento no valor da conta

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que,...

Faculdade internacional promove competição de e-games e jogos de tabuleiro

A Hayek Global College, faculdade internacional com sede em...

Caesb alerta sobre o risco de golpes online

Clientes devem ficar atentos ao endereço do site oficial...

Despedida emocionante marca alta de paciente na UPA de Brazlândia

Após dias de cuidados, Elza Maria foi surpreendida por...

Especiais

Bebês Reborn: psicólogo do UNICEPLAC alerta para a linha tênue entre coleção e compulsão

A popularidade dos bebês reborn — bonecas hiper-realistas que...

Boulevard Shopping Brasília celebra o amor com show gratuito de Marcelo Jeneci no Dia dos Namorados

Pelo segundo ano consecutivo, o Boulevard Shopping Brasília convida...

Dia do Amor: O Boticário traz variedade de presentes para não errar na escolha

O Boticário, a marca eleita a melhor para presentear...

Outlet Premium Brasília realiza Festival Gastronômico FestPremium

O final de semana que antecede o Dia dos...

DF Plaza Shopping celebra o Dia dos Namorados com sorteio de jantares no Coco Bambu

Para tornar o Dia dos Namorados ainda mais especial,...

Goiás

Prefeito Carlinhos do Mangão dá posse a 118 novos professores e reforça compromisso com a educação de Novo Gama

Gestão valoriza profissionais e amplia a qualidade do ensino...

Rodeio show de Novo Gama celebra 30 anos da cidade com grandes atrações musicais

Comemoração acontece de 11 a 14 de junho, reunindo...

Gabinete da prefeitura atenderá na administração do Céu Azul durante o mês de aniversário de Valparaíso

Moradores poderão apresentar demandas diretamente ao prefeito, em ação...

ANEEL aciona bandeira tarifária vermelha nas contas de energia a partir de junho

Apesar das recentes chuvas em Goiás, os níveis de...

Colunas

Saúde mental materna: entenda a importância e cuidados

A maternidade, sem dúvida, é um momento gratificante, mas...

Nutricionista reforça a importância do leite para a saúde da mulher durante a gestação

A desnutrição fetal por deficiências nutricionais foi a maior...

Turma do Bem seleciona jovens para tratamento dental gratuito em Brasília

A Turma do Bem (TdB), rede com 18 mil...

Alerta: uso de cigarro e vape cresce entre jovens brasileiros

Doenças como câncer de pulmão, infarto, AVC, bronquite crônica...

Nutrição que transforma: como a alimentação impacta sua saúde emocional e cerebral

A alimentação vai muito além de calorias e dietas....

Brasil

Correios amplia acesso a aposentados e pensionistas do INSS para consulta e contestação de descontos indevidos

A partir desta sexta-feira, 30 de maio, aposentados e...

Divulgadas novas listas do Bolsa Atleta e Bolsa Pódio com 45 nomes, entre eles, Hugo Calderano

O Diário Oficial da União desta sexta-feira, 23 de...

INSS devolve descontos indevidos de abril a partir desta segunda-feira (26)

Todos os aposentados e pensionistas do INSS que sofreram...

SUS realiza primeiras aplicações do zolgensma, medicamento de R$ 7 milhões para crianças com AME

O Governo Federal viabilizou, na rede pública de saúde,...

Macaé Evaristo: “Brasil lidera uma agenda internacional no campo dos direitos humanos”

No “Bom Dia, Ministra” desta quinta-feira, 15 de maio,...

Últimas notícias

Bandeira tarifária de junho será vermelha. Saiba como economizar energia e evitar o aumento no valor da conta

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que,...

Bebês Reborn: psicólogo do UNICEPLAC alerta para a linha tênue entre coleção e compulsão

A popularidade dos bebês reborn — bonecas hiper-realistas que...

Caesb alerta sobre o risco de golpes online

Clientes devem ficar atentos ao endereço do site oficial...

Faculdade internacional promove competição de e-games e jogos de tabuleiro

A Hayek Global College, faculdade internacional com sede em...

CAPITAL DO ENTORNO

CAPITALDOENTORNO

Leia mais

Mais lidas

Útimas notícias

Marco Temporal: confira os bastidores do cansaço dos indígenas diante da indefinição

O julgamento sobre a validade do “marco temporal” pode voltar a receber os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta (15.9). A expectativa da votação chegou a mobilizar 6,5 mil indígenas de todo o país a Brasília, mas praticamente todo o acampamento teve que ser desmontado e grande parte das pessoas voltaram para as suas terras de origem, tamanha foi a demora na decisão. Há ainda indígenas na capital que buscam doações para permanecerem e manterem a opinião pública atenta ao que se passa.

O problema é que existe a possibilidade que o julgamento seja adiado de novo. O cansaço e a frustração transformaram-se em rotina para os indígenas. A equipe de reportagem acompanhou o acampamento por 15 dias e ouviu as angústias deles enquanto estiveram na capital.

Em meio à poeira da seca que pesa nos pulmões, em um espaço ao lado do Teatro Nacional, Brasília recebeu cerca de 6,5 mil indígenas. Julio Karai, de 38 anos, do povo Guarani, enquanto procurava uma sombra para sentar, lamentou: “A gente ‘era’ quase 7 mil pessoas no começo do acampamento. Eles adiaram a definição e nem sabemos se essa pauta vai ser votada ainda. Isso enfraquece a gente mentalmente e até espiritualmente”. Incansáveis metros de lona plástica e bambu abrigaram, em meio à uma pandemia mundial, o maior acampamento indígena já visto no Brasil desde a promulgação da Constituição Brasileira, em 1988. Eram 176 etnias alocadas em mais de três mil barracas, aguardando a votação do Marco Temporal para definir o futuro do processo de demarcação das terras indígenas em todo o país.

A polêmica está no fato que os ministros precisam decidir se é válida ou não a tese que indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

Julio Karai é uma das pessoas que viveu essa exaustiva espera. A esperança que pairava entre todos que vieram de diferentes regiões do Brasil e a pulsante vontade de comemorar mais um passo em direção à uma vida menos ameaçada não esconderam o cansativo preço dessa caminhada. O líder e representante de todas as aldeias do povo Xokleng presentes no acampamento, o cacique Nilton Ndili, de 44 anos, expressou: “É muito humilhante pra gente, é muito humilhante. Nossos caciques anteriores que começaram essa luta nem estão mais vivos e a gente vê essa pauta sendo adiada. A gente queria levar um resultado para a nossa base”. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai avaliar se a terra indígena Ibirama Laklãnõ, habitada pelos povos Xokleng, Guarani e Kaingang deve ser ou não incorporada às áreas pleiteadas pelo governo de Santa Catarina. Trata-se do Marco Temporal, tese defendida por setores políticos, econômicos e ruralistas interessados na exploração de reservas indígenas, que está em pauta no Supremo desde junho. A Corte, porém, tem postergado a decisão, e o julgamento da questão já foi adiado mais de três vezes. 

“Evidentemente é parte do jogo, da pressão do agronegócio e dos setores conservadores que querem aprovar o Marco Temporal. Isso tem efeito na sociedade.”, comenta o ativista e político Guilherme Boulos (PSol). 

Para os indígenas em Brasília, as consecutivas protelações intensificaram ainda mais as expectativas e anseios da comunidade. “A gente chegou aqui em Junho e foi adiado para o mês de agosto. E agora foi adiado para o dia primeiro, que é quarta-feira. Então a gente fica em uma expectativa grande. Mesmo assim, a gente acredita no trabalho do STF, a gente acredita que eles têm esse raciocínio de não eliminar o indígena” explicou o cacique Nilton Ndili novamente.

O ACAMPAMENTO

“Sangue indigena. Nenhuma gota a mais”. Esse, entre inúmeros, foi um dos mais fortes e escutados gritos pelo acampamento durante todo o dia e noite. Os cantos, orações, bênçãos e rituais acontecem ininterruptamente. Para esses povos, representa a proteção, a força, é a única arma que possuem em mais essa batalha contra os “colonos”, segundo eles, os brancos. Era visível como todas as gerações seguem essa tradição com muita fé, independentemente da etnia. “A gente saiu da nossa aldeia com crianças e jovens, e aqui tem muitos não indígenas que passam gritando ‘vamos matar os índios’ e buzinando. A gente fica preocupado com esses ataques verbais e nossa segurança”, explicou Julio Karai sobre o preconceito sofrido no acampamento e a preocupação em retornar logo às suas aldeias.

 

Povo Guarani prepara almoço em acampamento

 

O acampamento chegou, depois, a ser instalado no espaço da Funarte. Com árvores e gramado abundante, o clima melhorou um pouco. Essa melhora também aconteceu porque o número de participantes já era menor. Os custos com transporte, alimentação, e a necessidade de retornar aos seus parentes e aldeias foi, aos poucos, levando essas pessoas de volta pra casa.

“Vamos revezar. Enquanto uns voltam pra aldeia, outros vem pra cá e assim vamos até o final” afirma Julio Karai. A Apib é a entidade que lidera a organização desse movimento como um todo. Garante estrutura de máxima importância para que o acampamento aconteça de forma histórica.

Cozinha que serve refeições diariamente, palco equipado para plenárias que acontecem a todo o vapor, estrutura de comunicação para profissionais que vêm de todo o  país para cobrir o evento, tenda de saúde para atender aqueles que possam precisar e por aí vai. Doações, vaquinhas, campanhas de colaboração e apoios viralizam pelas redes sociais diariamente.

“Não tem dificuldade, não. Isso aqui é a nossa vida todo dia, né? É assim que a gente vive”, responde Sônia Guajajara quando perguntada sobre as dificuldades de organizar um acampamento dessa proporção.


Sônia é professora, enfermeira e Coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Para ela, caso os povos indígenas vençam essa batalha, isso significa não retroceder

“Essa luta é para não acabar com um direito adquirido. Se ganharmos vamos seguir na luta pela demarcação das terras indígenas”.

Nilton Ndili desabafa sobre a situação: “Estamos aqui sofrendo, passando por momentos difíceis, momentos críticos“. Presente no maior acampamento indígena do Brasil, ele fala mais sobre a situação ser tão delicada: “A gente está aqui porque se nós não trabalharmos, quem vai trabalhar por nós?”. 

Ao contrário do que se pensa, esses povos estão sozinhos. A produção, a organização e principalmente a força desse acampamento, é feita por eles e só. Volta e meia aparecem lideranças políticas e de movimentos sociais para deixarem falas nas plenárias. Recebem aplausos, tiram selfies e voltam à sua agenda corrida. A real importância que o momento histórico vivido merece, só os indígenas percebem. E por isso estão presentes. E assim pretendem continuar. Fazendo sua existência,  posterior ao ano de 1500, ser mais relevante que os recordes de produção e exportação do agronegócio em Pindorama. 

Por Gabriela Bernardes, João Victor Canizares e Rayssa Loreen

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira