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Pipas fora de época acendem alerta para segurança da rede elétrica em Goiás

O número de ocorrências registradas envolvendo pipas na rede elétrica em Goiás já soma 173 casos de janeiro até o início de maio deste ano. O dado acende um alerta para o aumento atípico e antecipado desse tipo de incidente, que normalmente se intensifica durante os meses de julho e agosto, período das férias escolares e da estiagem. O crescimento precoce preocupa a distribuidora, que reforça as ações de prevenção e reforça para os perigos que a brincadeira pode gerar quando feita de maneira imprudente.

“Estamos observando um crescimento antecipado nos registros de pipas em contato com a rede elétrica, o que demanda uma resposta imediata da distribuidora. Nessa mesma época em 2024 tivemos um total de 182 casos, e o que tudo indica é que iremos ultrapassar esse registro até o final de maio. Por isso, intensificamos as campanhas de orientação e as ações em campo, especialmente nas cidades que concentram o maior número de ocorrências”, afirma o gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás, Vinicyus Lima.

Entre os municípios com maior número de registros em 2025 estão Goiânia (28), Aparecida de Goiânia (24), Águas Lindas de Goiás (17), Anápolis (12), Caldas Novas (12), Senador Canedo (4) e Planaltina (2). Nesses locais, além das equipes de manutenção, a companhia também realiza ações de conscientização com o apoio de lideranças comunitárias, escolas e instituições públicas.

Cenário preocupante

As 173 ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica registradas em Goiás até o momento representam aproximadamente 28% do total registrado em todo o ano de 2024. Em 2025, a média é de cerca de duas ocorrências por dia, evidenciando o aumento precoce dos casos. Somente no mês de maio, foram contabilizados 42 registros, o que corresponde a aproximadamente 24,3% do total acumulado no ano — indicando que quase um em cada quatro incidentes aconteceu apenas nesse mês, reforçando o alerta da distribuidora antes do período crítico.

Riscos para a vida e para o fornecimento de energia

Mais do que uma brincadeira, soltar pipa próximo à rede elétrica é uma prática que pode resultar em acidentes graves, comprometimento do fornecimento de energia e prejuízos estruturais. Um dos maiores riscos está no uso de linhas com cerol ou a chamada linha chilena, que são compostas por materiais cortantes e altamente condutores.

Quando essas linhas entram em contato com os cabos de energia, podem provocar desde cortes parciais até o rompimento completo dos fios. O corte total ocasiona a queda imediata de energia em bairros inteiros e coloca a população em risco de acidentes com os fios energizados no chão. Já os cortes parciais enfraquecem os cabos e geram risco de curto-circuito, interrupções futuras no fornecimento e até incêndios.

Outro perigo está na possibilidade de descargas elétricas. Quando a pipa se enrosca na rede, ela pode se tornar um condutor, o que pode causar choques graves, queimaduras e, em casos extremos, levar à morte. Também são comuns os registros de curto-circuito causados por rabiolas feitas com materiais metalizados. Essas situações provocam explosões em transformadores, incêndios e comprometimento de toda a estrutura da rede elétrica.

“Pipas presas na rede elétrica podem causar prejuízos significativos para a população. As interrupções impactam o abastecimento de hospitais, postos de saúde, escolas, comércios e residências. Um ato que parece inofensivo pode gerar consequências graves, inclusive para serviços essenciais da sociedade”, alerta o gerente.

Tecnologia e equipamentos para reduzir riscos

Para reduzir os impactos desses incidentes, a Equatorial Goiás tem investido em tecnologia e equipamentos preventivos. Um dos principais aliados no combate às ocorrências com pipas é o uso de espaçadores na rede elétrica. Esses itens são instalados entre os cabos e têm a função de manter o distanciamento seguro entre os condutores, dificultando a aproximação provocada por linhas que ficam presas ou tensionadas sobre a fiação.

“Os espaçadores são fundamentais em áreas com alta incidência de pipas. Eles evitam que os cabos se toquem caso sejam puxados por linhas com cerol ou chilenas. É uma medida técnica importante, mas que precisa vir acompanhada da conscientização da população. A prevenção começa com o comportamento seguro”, explica Vinicyus.

Além disso, a distribuidora também monitora pontos estratégicos com maior número de ocorrências por meio do seu Centro de Operações Integradas, que atua 24 horas por dia com foco na identificação rápida de falhas e agilidade no restabelecimento da energia.

Consciência e proteção à vida

Apesar do apelo cultural da brincadeira, é preciso lembrar que o uso de cerol e da linha chilena é proibido por lei. A prática é considerada crime, sujeita a penalidades que podem incluir apreensão do material, multas e até prisão, dependendo do caso. Além dos danos à rede elétrica, essas linhas representam um risco enorme para quem trafega em motocicletas, bicicletas ou até mesmo a pé, nas ruas e estradas do estado.

Segundo Vinicyus, o objetivo da distribuidora não é reprimir a prática da brincadeira com pipas, mas sim promover o uso seguro e consciente. “Existem locais adequados para soltar pipa, longe da rede elétrica e com segurança para todos. O que estamos enfrentando é uma antecipação preocupante dos riscos e precisamos do apoio da sociedade para evitar acidentes graves”, reforça.

Algumas dicas para soltar pipas com segurança:

● Não solte pipas ou arraias perto da rede elétrica. A linha pode conduzir energia e provocar queimaduras;

● Escolha lugares abertos e com espaços livres, como praias, campos de futebol, praças e parques;

● Se a pipa enroscar nos fios, nunca tente usar varas ou subir em postes para retirá-la;

● Não use material ou fio metálico para fazer pipas, pois eles conduzem eletricidade;

● Os “temperos” das linhas, feitos com vidro moído, também são extremamente perigosos, pois podem cortar os fios elétricos;

● Evite a utilização de “rabiolas”, pois elas podem se agarrar nos fios elétricos, provocando desligamentos no sistema e choques, muitas vezes fatais;

● É aconselhável que sempre haja um adulto responsável acompanhando as crianças durante a brincadeira;

● Atenção com motos e bicicletas: a linha pode ser perigosa para quem dirige esses veículos.

Ao verificar pipas presas à rede elétrica, entre em contato com a Equatorial por meio dos canais de atendimento: Aplicativo Equatorial Energia, disponível para download no Android e iOS; Agência virtual no site: www.equatorialenergia.com.br ou pelo Call Center 0800 062 0196;

Em caso de acidente envolvendo a rede elétrica, o que fazer?

– O local deve ser isolado para que não haja aproximação de outras pessoas;

– Não se deve retirar objetos ou pessoas que estejam em contato com fios da rede elétrica até que um profissional qualificado assegure que a energia foi desligada;

– Acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193, e a Equatorial Goiás, pelo 0800 062 0196.

Sobre a Equatorial Goiás   

A Equatorial Goiás é uma empresa que pertence ao Grupo Equatorial, uma holding brasileira do setor de utilities, sendo o 3º maior grupo de distribuição de energia do País, com 7 concessionárias que atendem mais de 56 milhões de pessoas. Somente em Goiás são cerca de 3,5 milhões de pessoas atendidas, localizadas em 237 municípios do Estado e abrangendo 98,7% do território estadual, com cobertura de uma área de 336.871 km².

Sugestão de legenda para as fotos: Pipas presas na rede elétrica podem causar prejuízos para os consumidores