Muita gente pensa que cerveja deixa o corpo bem hidratado. Crença perigosa, especialmente para quem tem o hábito regular de consumir a bebida já que, em excesso, pode afetar a saúde dos rins.
Imaginar as frequentes visitas ao banheiro ao processo de hidratação do organismo é onde está o equívoco. Com as altas temperaturas típicas do verão, a bebida está entre as favoritas de brasileiros que querem se refrescar. E o consumo, se prolongado por horas, causa a diurese, um processo de desidratação relacionado à filtragem em excesso pelos rins do fluído corporal.
Outro mito que ronda o imaginário popular é a afirmação de que beber cerveja ajuda a expelir pedras nos rins. “A verdade é que o álcool contido na bebida suprime um hormônio chamado vasopressina, fazendo com que uma maior quantidade de líquido seja filtrada pelo rim e, consequentemente, aumentando a produção de urina. E como geralmente o consumo de cerveja é feito em reuniões sociais que duram por horas, inicia-se essa desidratação aumentada pelo álcool”, afirma a nutricionista do Ineb Brasília, Adeliane Pereira da Costa Barreto.
Além disso, a cerveja é rica em purinas que aumentam a concentração de ácido úrico no organismo, que em excesso provocam o efeito inverso ao da crença popular: ao invés de evitar, ela causa cálculos renais.
Já para pessoa diagnosticadas com doença renal crônica, a cerveja não é indicada. “Ela pode acarretar vários problemas, desde a depressão até um AVC [Acidente Vascular Cerebral]. A concentração de fósforo na cerveja é outra questão que nos leva a recomendar que o consumo seja suspenso, já que o elemento deve ser controlado no organismo de quem está em tratamento”, completa Adeliane.
Efeito nocivo
Apesar de tratar-se de um caso isolado, o recente episódio com cervejaria em Belo Horizonte, que é alvo de investigação sobre a possível morte de consumidores por contaminação, o abuso de bebidas alcoólicas representa um alerta à população.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, por ano, pelo menos 3 milhões de pessoas morram por conta do uso nocivo de álcool. A carga global de doenças associadas a bebidas é de 5%. “São diversos os impactos que o álcool pode provocar na saúde. Além das já conhecidas úlceras, cirrose hepática, o rim também é prejudicado e o quadro pode evoluir para a doença renal crônica”, ressalta.
O nível seguro de ingestão diária é de 22 gramas de álcool puro. Esta concentração está em duas taças de vinho, uma garrafa de cerveja ou dois shots de bebidas destiladas. “Mas é sempre importante consultar antes um médico, avaliar a sua saúde. Os hábitos alimentares e o sedentarismo estão associados a situações em que o paciente deve reduzir ao máximo este hábito”, conclui.
Unidades
O Ineb Brasília atende em duas unidades. A unidade Águas Claras está localizada na Av. Sibipiruna, Lote 14, telefone (61) 3578-3379. Já a clínica em Ceilândia fica na QCNM 1, Bloco 1, Lote 03, Loja 1, telefone (61) 3797-1382.
