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Ação ambiental é realizada na estrada de acesso ao lago de Corumbá IV, na comunidade Pontezinha

Moradores e turistas que passaram pela Parada Ecológica na estrada de acesso ao reservatório da UHE Corumbá IV, em Pontezinha, Santo Antônio do Descoberto, no último sábado, 12 de janeiro, receberam orientações sobre como proteger a fauna aquática do lago e a vegetação de sua Área de Preservação Permanente (APP). Na ação, que faz parte do Programa de Educação Ambiental (PEA) da Corumbá Concessões, os agentes distribuíram aos motoristas material educativo, sacos para coleta de lixo gerado durante o lazer e um lixocar.

O destaque das abordagens foi a proibição de pesca durante o período do defeso (piracema), de 1º de novembro a 28 de fevereiro, em que os peixes realizam a desova. Esses quatro meses em que vigora a lei são essenciais para a reprodução da fauna aquática e manutenção dos estoques pesqueiros, fonte de alimento e renda para milhares de famílias em Goiás.

Os agentes alertaram também para a questão da pesca com rede, tarrafa, bomba e arpão, que é crime ambiental em qualquer época do ano. A maioria das pessoas abordadas demonstrou estar ciente da questão, mas algumas delas que já se depararam com situações de pesca predatória disseram que, por medo, se sentem inibidas de questionar a atitude com os infratores.

O lixo deixado por turistas na orla do lago é um problema que incomodada muito os moradores da região. Francisco Rivaldo Soares, proprietário de casa no condomínio Sítios do Lago IV, é um deles: “Nós temos percebido que essa área do lago está muito poluída com sujeira de latas de cerveja, garrafa pet e etc., porém, o mais grave é a atividade de pesca com rede, durante todo o ano”. Rivaldo também observa a prática de outros crimes ambientais, como degradação da vegetação e caça predatória.

“Essa não é uma preocupação só minha. A administração do nosso condomínio vem alertando todos os moradores, no sentido de fazerem o uso consciente e civilizado da APP, descartando corretamente o lixo gerado e outras recomendações. Nós estamos seguindo as orientações, mas muita gente sem ligação com a região e que vem para só para lazer não tem esse bom senso”, disse Francisco Rivaldo. Ele acrescentou que muitas vezes os moradores não denunciam, mesmo contando com o apoio do condomínio, por falta de canais de comunicação seguros para isso.

Keler de Andrade mora em Brasília e vai começar a construir casa no condomínio Estância Solares. Ele disse que a sujeira nas estradas de acesso e também nas margens do lago o incomoda muito. Ele e outros moradores do condomínio estão se mobilizando para realizar a limpeza das margens do reservatório, em Santo Antônio do Descoberto, junto com o poder público do município. “Cem por cento dos moradores estão interessados e juntos nessa iniciativa e, inclusive, já protocolamos o pedido de parceria na secretaria de Meio Ambiente, há cerca de um ano, mas ainda não obtivemos retorno”, disse. Pelo cálculo que ele e vizinhos já fizeram, a expectativa é recolher mais de duas toneladas de lixo na orla. E disse que vai buscar, também, a consultoria da Corumbá Concessões para a realização da “faxina na orla”.

A partir das orientações da Parada Ecológica, Francisco Rivaldo e Keler de Andrade se comprometeram a divulgar, em seus respectivos condomínios, as recomendações do material educativo distribuído, onde constam os canais de denúncias. Durante a ação de sábado, os agentes frisaram que qualquer pessoa pode fazer denúncia anônima de crimes ambientais no reservatório e na APP pela Linha Verde do Ibama (0800-618080).

Ana Guaranys