Escola na Asa sul oferece esporte para crianças com deficiência

A organização procura trazer novas esperanças para o esporte.

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Dona Inês e sua filha Érica. Foto: Yasmim Araújo

Ela se concentra, pensa na distância e tenta aproximar as bolas. Érica Debona, 15 anos, pratica a bocha, que é uma modalidade que precisa das mãos e de muita concentração para ser realizada. Ela sofreu uma paralisia cerebral e hoje tem limitações nos movimentos. Mas isso não a impede de seguir o sonho.

 

O esporte, hoje, adaptado para a necessidade da atleta é uma das maiores diversões, depois de seus dois cachorros. Praticar esporte é uma das melhores formas de se exercitar e de melhorar a mente. Além de praticar bocha, o sonho de Érica era praticar badminton, mas por conta da pouca coordenação motora, teve que escolher o bocha, que também nunca lhe deixou na mão.

 

As atividades variam, pois muitas delas são feitas no Centro Olímpico de Sobradinho, onde mora. A mãe dela, Inês, explica que a única dificuldade é trazê-la de cadeira de rodas até o Plano Piloto, mas que com muita ajuda consegue ir ao CETEFE (Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial) sem problemas.

 

“Eu cuido da Erica e da Jessica que adotei com 24 anos que hoje pratica tiro com arco, em cadeira de rodas. As duas são meu orgulho e eu sou a treinadora das duas”, afirma Inês Debona. Ela relata que não é fácil cuidar das duas mas se sente completamente grata por tê-las em sua vida. “Brasília tem vários centros olímpicos mas é no CETEFE que encontro todo o apoio que minhas filhas precisam e por isso sou grata”.

 

“Agora é a sua hora, acorde, lute e faça história!” (Ronaldinho Gaúcho, Jhama e Pablo Luiz, 2016)

 

Prática

A Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE), é uma organização não governamental que acolhe crianças com deficiência física, visual e auditiva. O projeto se encontra no Setor de Áreas Isoladas Sul, na Asa Sul, e atende várias escolas de rede pública e a comunidade.

 

O centro de treinamento teve início em 1990, com o plano de assistência social, sem fins lucrativos, mas que recebe apoio Governo do Distrito Federal, Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer e do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Além do mais, o projeto dispõe de aprimoramento profissional das pessoas com deficiência, que com inclusão no meio tecnológico poderão estar no mercado de trabalho normalmente.

 

As avaliações são feitas por uma equipe formada que contém de terapeutas a educadores físicos, que analisam o caso de cada indivíduo de acordo com sua lesão ou deficiência.

 

“A pessoa que tem alguma deficiência, ela entra em contato com a gente e marca uma avaliação. Dessa avaliação que é feito por um fisioterapeuta que ela será designada para o esporte que condicione a pessoa com deficiência”, explica Juliana Fonseca, porta voz da instituição.

 

Além do mais, o Cetefe incentiva o resgate da cidadania por meio de representações da pessoa com deficiência, articulações com instituições públicas e particulares, promoções de debates, realizações de seminários, representação de leis junto a Câmara Distrital e Federal, divulgação e orientação dos direitos da pessoa com deficiência (benefícios, isenções, acessibilidade), assessoria jurídica, entre outros contextos de relevância para o pleno desenvolvimento da cidadania da pessoa com deficiência.

 

O trabalho de auxílio aos deficientes também é feito por alunos da Universidade de Brasília, no qual a associação tem convênio, e de profissionais cedidos pelo governo. O Cetefe tem uma auxilio da Secretaria de Educação, que estabelece a atuação de 15 professores, com formação em esporte adaptado. Existem modalidades incluindo natação, basquete, handebol, bocha entre outros,“Nós temos o programa para crianças de 0 anos que estimulam a mobilidade e adaptação e não tem idade”, explica Juliana.

 

O Cetefe também oferece apoio aos atletas escolares, ou seja, todos os estudantes atletas do Distrito Federal que representam o Estado em competições têm o direito de receber atendimento na associação. O local também mantém parceria com o Comitê Paraolímpico Brasileiro. Além da iniciação no esporte, o Cetefe cuida do deficiente até o mercado do trabalho. São trabalhos voltados para o esporte e educação, incluindo alunos de rede pública, que são encaminhados até a associação.

Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE). Foto: Yasmim Araújo

 

A entidade só é mantida por doações do governo federal e da Caixa Loterias. Com esse apoio eles conseguem arrumar o ambiente para estar muito bem adequado para os usuários.

 

Outro ponto forte da associação é que muitos dos esportes que precisam de tecnologia. São auxiliados pela Universidade de Brasília (UnB) e atuam na entidade desenvolvendo habilidades por meio da tecnologia, usando computadores e dispositivos eletrônicos para trabalhar as áreas motoras de cada aluno.

 

As atividades são propostas de acordo com a necessidade de cada indivíduo. Cada um tem seu modo de reagir a cada exercício. Aos interessados só há uma maneira de se inscrever tanto para voluntário quanto para o aluno com deficiência. Para ter a vaga precisa se cadastrar no site, onde tem todas as áreas e modalidades que são oferecidas.

 

Por Yasmim Araújo

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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