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UCIN do Hospital Regional de Santa Maria realiza ofurôterapia como método de acalmar os recém-nascidos

Jurana Lopes

Um banho quentinho é capaz de relaxar qualquer pessoa e levar diversos benefícios para a hora do sono. Em bebês, principalmente os recém-nascidos, a técnica do banho de ofurô ou ofurôterapia, é capaz de fazê-los se acalmar tanto até chegar ao ponto de dormirem dentro da água. Isso ocorre porque o pequeno espaço e água quente simula o útero e tranquiliza o recém-nascido, fazendo com que ele tenha sensações semelhantes às que tinha dentro da barriga da mãe.

Na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) a prática de ofurôterapia é realizada com todos os bebês internados. A água é sempre na temperatura de morna para quente. Se o bebê utilizar oxigênio, a duração do banho é de cinco minutos, se não tiver, pode variar de dez a 15 minutos.

“Os recém-nascidos, principalmente os prematuros, não estão acostumados com tantos estímulos que recebem aqui fora. Por isso, priorizamos dar o banho nos bebês da UCIN, pois já são um pouco maiores e geralmente, receberam muitos estímulos dolorosos no período em que estiveram na UTI neonatal. Com isso, são mais sensíveis e agitados”, explica o terapeuta ocupacional da UCIN, Assis Rodrigues.

O banho de ofurô na UCIN é realizado com bebês que possuem mais de 1,4 quilos e que costumam ter cólicas ou desconforto abdominal. Também é indicado para os recém-nascidos que não conseguem se adaptar ao barulho, luz e toques devido às intervenções que passaram durante a internação na UTIN.

Este é o caso do pequeno Andrew Gael Lima, de um mês e meio de vida. Ele nasceu prematuro e teve que ficar na UTIN durante um mês. Poliane Lima, 33 anos, mãe dele, conta que o período de internação foi difícil para o bebê, pois além de ficar entubado, recebia muitos estímulos dolorosos.

“Ele é um bebê muito nervoso e agitado, se irrita fácil e agora já sente cólicas. Percebi que com este banho de ofurô ele ficou extremamente relaxado e calmo, adorou. Foi tão bom que até adormeceu. Com certeza vou adotar essa prática em casa porque vai deixar ele mais calmo”, avalia a mamãe.

Exterogestação

A prática da ofurôterapia é trabalhada pelos profissionais da Terapia Ocupacional da UCIN do HRSM com o intuito de estimular hábitos da exterogestação.

O prefixo “extero” significa “fora” ou “externo”. Neste sentido, o termo exterogestação é utilizado para descrever o período gestacional realizado fora do útero, ou seja, após o parto.

Nessa fase, os pais/equipes que prestam assistência ao recém-nascido devem tentar recriar o ambiente uterino fora do corpo da mulher para aumentar o conforto do bebê e tornar possível que o desenvolvimento dele continue ocorrendo de forma apropriada.

Fotos: Jurana Lopes/IgesDF